segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Alimentos funcionais e nutracêuticos




Matéria publicada no Jornal Alto Petrópolis n°259, em novembro de 2010.
 

Nos últimos anos, vem crescendo a proposta de se utilizar alimentos saudáveis e prática de atividades físicas na prevenção de doenças e não apenas como um recurso auxiliar para o seu tratamento, depois de a doença já presente. Foi então que, na década de 80, no Japão, iniciaram o estudo das propriedades dos alimentos de maneira mais minuciosa. Surgiram então, os alimentos funcionais, que além de satisfazerem às necessidades nutricionais básicas desempenhavam efeitos fisiológicos benéficos.

Alimentos funcionais são alimentos convencionais, compostos por componentes naturais e que tem efeitos positivos além do valor básico nutritivo podendo aumentar a saúde e/ou reduzir o risco de ocorrência de doenças. Promovem o aumento da qualidade de vida, incluindo os desempenhos físico, psicológico e comportamental. É importante lembrar que toda alegação de propriedade funcional deve ter comprovação através de estudos científicos e que estes alimentos possuem o controle e fiscalização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.
Dentro desta linha, surgiram os alimentos nutracêuticos. Apesar de conceitos semelhantes, os nutracêuticos são alimentos ou parte de um alimento que proporcionam benefícios médicos e de saúde, incluindo a prevenção e/ou tratamento da doença. Podem incluir os nutrientes isolados, suplementos dietéticos na forma de cápsulas, produtos herbais e alimentos processados tais como cereais, sopas e bebidas. 
Seguem as principais diferenças:
- Alimentos funcionais: devem estar na forma de um alimento comum e atuam na redução do risco da doença.
- Alimentos nutracêuticos: incluem suplementos dietéticos e outros tipos de alimentos e atuam na prevenção e tratamento da doença.


Abaixo segue uma lista com os alimentos com propriedades funcionais, de acordo com a ANVISA:
Ômega 3: auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos (um tipo de gordura no sangue). Fontes: peixes e óleos de peixe de água salgada e fria, semente de linhaça.
Carotenóides (Licopeno, Luteína, Zeaxantina): tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres, prevenindo o envelhecimento e até doenças como o câncer. Fontes: abóbora, cenoura, mamão, manga, damasco, espinafre, couve, tomate.
Fibras alimentares (Goma Guar, Lactulose, Polidextrose e Dextrina Resistente): auxiliam o funcionamento do intestino. Fontes: frutas, verduras, legumes, cereais integrais.
Beta Glucana (fibra alimentar): auxilia na redução da absorção de colesterol. Fonte: aveia.
Frutooligossacarídeos (FOS) e Inulina: contribuem para o equilíbrio da flora intestinal, melhorando a absorção de nutrientes e o hábito intestinal. Fontes: grãos integrais, legumes, frutas.
Psillium (fibra alimentar): auxilia na redução da absorção de gordura. Fontes: alimentos enriquecidos.
Quitosana: auxilia na redução da absorção de gordura e colesterol. Fontes: cascas de crustáceos.
Fitoesteróis: auxiliam na redução da absorção de colesterol. Fontes: nozes, semente de girassol, óleos, abacate, alimentos enriquecidos.
Probióticos (Lactobacillus, Bifidobacterium, etc): contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Fontes: iogurtes e leites fermentados.
Proteína de soja: o consumo diário de no mínimo 25 g de proteína de soja pode ajudar a reduzir o colesterol. Fontes: alimentos à base de soja.


A ANVISA também estabelece que o consumo destes alimentos esteja associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Com o conhecimento das propriedades e as fontes dos alimentos funcionais, agora é só incluí-los na sua rotina alimentar e usufruir de seus benefícios!

Fonte: Lista de alegações de propriedade funcional aprovadas. http://www.anvisa.gov.br/alimentos/comissoes/tecno_lista_alega.htm. Atualizado em julho/2008.

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