Matéria publicada no Jornal Alto Petrópolis n°268, em setembro de 2011, sob minha autoria.
Há alguns anos foi descoberto que as uvas pretas e o vinho tinto contêm uma molécula denominada resveratrol. Desde então, diversos estudos têm sido realizados para avaliar os benefícios dessa substância na saúde.
Entre eles, destacam-se:
- redução da pressão arterial;
- efeito antioxidante e antiinflamatório;
- proteção contra doenças cardiovasculares;
- redução na proliferação de células cancerígenas;
- melhora dos níveis de colesterol e glicose;
- longevidade.
Como a quantidade de resveratrol varia de acordo com o tipo de vinho, as farmácias de manipulação já o têm comercializado como suplemento alimentar. Os cientistas norte-americanos garantem que é segura a ingestão de 50 a 100 mg/dia. Nos EUA há uma lei que limita em 350 mg/dia a ingestão como suplemento alimentar, porém no Brasil ainda não existe legislação específica para tal.
É importante lembrar que a descoberta do resveratrol ainda é recente e a maioria dos estudos foi realizada com animais. No entanto, os estudos com seres humanos têm demonstrado boa tolerância, ausência de efeitos colaterais e benefícios semelhantes aos encontrados em animais.
Ainda existem dúvidas em relação a:
- dose recomendada para suplementação;
- riscos da ingestão elevada;
- se o consumo de uva e/ou vinho é suficiente ou se é necessário suplementar através de cápsulas.
Além disso, deve-se ter cautela na ingestão de vinho, pois o consumo excessivo pode levar ao alcoolismo. Apesar das distintas recomendações existentes ainda permanece a resistência de algumas autoridades sanitárias, médicos e outros profissionais da saúde para dizerem que o vinho, quando ingerido regularmente e moderadamente com as refeições é benéfico para a saúde. O mais importante é saber que as virtudes terapêuticas do vinho só ocorrem se ele for ingerido regularmente, com moderação junto com as refeições e se não houver nenhuma contra-indicação a ingestão de bebidas alcoólicas.
Nota: Um recente estudo publicado na revista Cell Metabolism demonstrou que a suplementação de cápsulas contendo resveratrol induziu alterações metabólicas em pacientes obesos, semelhante aos efeitos da restrição calórica. Este trabalho demonstrou, pela primeira vez, os efeitos benéficos do resveratrol em 30 dias de suplementação sobre o perfil metabólico de homens obesos. O resveratrol foi seguro e bem tolerado na concentração testada (150 mg/dia).
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