Matéria publicada no Jornal Alto Petrópolis n°275, em maio de
2012.
Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, “é
considerado vegetariano quem exclui de sua alimentação todos os tipos de carne,
aves e peixes e seus derivados (vaca,
frango, peixe, carneiro, avestruz, escargot, frutos do mar, presunto, salsicha,
hambúrguer, salame, atum enlatado, etc.), podendo ou não utilizar
laticínios ou ovos. Dados do IBOPE informam que essa
dieta é seguida por 10% dos homens e 9% das mulheres no Brasil.
O vegetarianismo inclui o veganismo, que é a
prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para nenhum fim
(alimentar, higiênico, de vestuário, etc.).
Quem come qualquer tipo de
carne, mesmo que ocasionalmente, não é vegetariano. O
indivíduo que segue a dieta vegetariana pode ser classificado de acordo com o
consumo de subprodutos animais (ovos e laticínios):
-
Ovolactovegetariano: utiliza ovos, leite e laticínios na
alimentação.
-
Lactovegetariano: não utiliza ovos, mas faz uso de leite e
laticínios.
-
Ovovegetariano: não utiliza laticínios mas consome ovos.
- Vegetariano
estrito: não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação. A
dieta vegetariana estrita, inclusive, tende a ser mais variada que a onívora.
-
Vegano: é o indivíduo vegetariano estrito que recusa o uso de
componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda,
assim como produtos testados em animais.
- Semivegetariano: quem só consome carne às vezes (no máximo três
refeições por semana). No entanto, convém enfatizar que o “semivegetariano” não
é vegetariano, já que inclui carnes no cardápio.
Benefícios
à saúde
Os estudos demonstram que populações vegetarianas não
apresentam aumento da prevalência de nenhuma doença crônica degenerativa não transmissível.
Além disso, indicam resultados positivos como redução dos níveis séricos de
colesterol, do risco e prevalência de doença cardiovascular, hipertensão
arterial, diversos tipos de câncer e diabete tipo 2.
Estudos demonstram que as populações vegetarianas têm 31%
a menos de cardiopatias, 50% a menos de diabetes, menor risco de câncer, sendo
88% a menos de câncer de intestino grosso e 54% a menos de câncer de próstata.
Nutrientes que merecem
atenção
As dietas ovolacto e lactovegetariana
fornecem todos os nutrientes necessários ao organismo humano. A dieta
vegetariana estrita não apresenta fontes nutricionais de vitamina B12, que deve
ser obtida por meio de alimentos enriquecidos ou suplementos, prescritos por
médico ou nutricionista.
Outros nutrientes que exigem atenção na
prescrição do cardápio para o ovolactovegetariano são ferro, zinco, e ômega-3.
Na dieta vegetariana estrita, além da vitamina B12, também deve se dar atenção
ao cálcio.
De forma geral, a proteína não é fator de
preocupação nessas dietas. O cuidado com a biodisponibilidade desses nutrientes
deve se aplicar tanto à dieta vegetariana quanto à onívora.
Com o devido planejamento, realizado
preferencialmente por um nutricionista especializado, as dietas vegetarianas
são seguras, como qualquer dieta com ou sem carne. Portanto,
dietas vegetarianas bem planejadas podem promover crescimento e desenvolvimento
adequados em diferentes ciclos da vida, inclusive por atletas, na gestação,
infância e terceira idade.
Fonte:
Guia alimentar de dietas vegetarianas
para adultos. Sociedade Brasileira Vegetariana (SVB), São Paulo. 2012
Karine Zortéa - CRN2 8022
Nutricionista do Instituto de Medicina
Preventiva do Hospital Mãe de Deus
karine.personaldiet@gmail.com
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