terça-feira, 29 de maio de 2012

antes X depois


Alimentos transgênicos: situação atual no Brasil


Os transgênicos estão presentes no dia-a-dia dos consumidores de todo o mundo há mais de 25 anos. Alimentos transgênicos são aqueles que foram geneticamente modificados, ou seja, receberam um ou mais genes de outros seres vivos para alterar suas características.
Recentemente, o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB) elaborou um documento com o intuito de informar os consumidores brasileiros em relação aos alimentos transgênicos. Segundo o CIB, estima-se que 100% de todos os alimentos processados e bebidas contenham pelo menos um ingrediente derivado de soja ou milho, que podem ser transgênicos. Além disso, mais de 70% da produção nacional de soja é geneticamente modificada.

Veja exemplos de alimentos que contém ingredientes transgênicos:
Queijos
Cerveja
Embutidos
Vinho
Picles
Sucos
Pães e massas
Adoçantes






Cientistas de todo o mundo já estão desenvolvendo plantas biofortificadas, geneticamente modificadas para possuir mais vitaminas, proteínas e outras substâncias importantes para a saúde, como as que atuam na redução do risco de doenças cardiovasculares, materno-infantis, gastrointestinais, oculares e até diferentes tipos de câncer.

As próximas novidades serão:
Morangos enriquecidos com vitamina C
Óleos de canola e soja com mais gordura monoinsaturada, que ajuda a reduzir o colesterol (LDL)
Batatas ricas em proteínas e vitaminas
Trigo com mais ácido fólico, que contribui para aumentar a defesa imunológica do organismo
Milho e soja com mais aminoácidos, que formam as proteínas

Diversas organizações internacionais apoiam a biotecnologia e os produtos derivados do uso dessa técnica. Entre elas, estão a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). O CIB garante: “Depois de anos de consumo de transgênicos, não restam dúvidas sobre a sua segurança para a saúde e o meio ambiente.”
Porém, existem opiniões divergentes. O Greenpeace defende que a introdução de transgênicos na natureza expõe nossa biodiversidade a sérios riscos, como a perda ou alteração do patrimônio genético de nossas plantas e sementes e o aumento no uso de agrotóxicos. Além de tornar a agricultura e os agricultores reféns de poucas empresas que detêm a tecnologia, e pôr em risco a saúde de agricultores e consumidores.
No Brasil, o artigo 40 da Lei de Biossegurança (11.105/05) prevê a rotulagem dos transgênicos conforme o Decreto nº 4680/03. Esse decreto determina que todos os alimentos ou ingredientes alimentícios com presença de organismos geneticamente modificados, acima de 1% da composição final do produto, sejam rotulados. Sendo assim, o consumidor toma posse de seu direito de saber o que realmente está comprando.

Todo alimento geneticamente modificado só é liberado para consumo depois de passar por uma série de testes que avaliam a segurança para o meio ambiente e para a saúde humana e animal. Porém, ainda não existem estudos de grande porte, avaliando um número considerável de indivíduos, que possam comprovar a total ausência de riscos para a nossa saúde.

Saiba mais em:


Matéria publicada no Jornal Alto Petrópolis n°267, em agosto de 2011.

Karine Zortéa
Nutricionista do Instituto de Medicina Preventiva do Hospital Mãe de Deus
CRN2 8022

Curiosidades sobre dietas vegetarianas


Matéria publicada no Jornal Alto Petrópolis n°275, em maio de 2012.


Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, “é considerado vegetariano quem exclui de sua alimentação todos os tipos de carne, aves e peixes e seus derivados (vaca, frango, peixe, carneiro, avestruz, escargot, frutos do mar, presunto, salsicha, hambúrguer, salame, atum enlatado, etc.), podendo ou não utilizar laticínios ou ovos. Dados do IBOPE informam que essa dieta é seguida por 10% dos homens e 9% das mulheres no Brasil.
O vegetarianismo inclui o veganismo, que é a prática de não utilizar produtos oriundos do reino animal para nenhum fim (alimentar, higiênico, de vestuário, etc.).
Quem come qualquer tipo de carne, mesmo que ocasionalmente, não é vegetariano. O indivíduo que segue a dieta vegetariana pode ser classificado de acordo com o consumo de subprodutos animais (ovos e laticínios):

- Ovolactovegetariano: utiliza ovos, leite e laticínios na alimentação.
- Lactovegetariano: não utiliza ovos, mas faz uso de leite e laticínios.
- Ovovegetariano: não utiliza laticínios mas consome ovos.
- Vegetariano estrito: não utiliza nenhum derivado animal na sua alimentação. A dieta vegetariana estrita, inclusive, tende a ser mais variada que a onívora.
- Vegano: é o indivíduo vegetariano estrito que recusa o uso de componentes animais não alimentícios, como vestimentas de couro, lã e seda, assim como produtos testados em animais.
- Semivegetariano: quem só consome carne às vezes (no máximo três refeições por semana). No entanto, convém enfatizar que o “semivegetariano” não é vegetariano, já que inclui carnes no cardápio.




Benefícios à saúde
Os estudos demonstram que populações vegetarianas não apresentam aumento da prevalência de nenhuma doença crônica degenerativa não transmissível. Além disso, indicam resultados positivos como redução dos níveis séricos de colesterol, do risco e prevalência de doença cardiovascular, hipertensão arterial, diversos tipos de câncer e diabete tipo 2.
Estudos demonstram que as populações vegetarianas têm 31% a menos de cardiopatias, 50% a menos de diabetes, menor risco de câncer, sendo 88% a menos de câncer de intestino grosso e 54% a menos de câncer de próstata.

Nutrientes que merecem atenção
As dietas ovolacto e lactovegetariana fornecem todos os nutrientes necessários ao organismo humano. A dieta vegetariana estrita não apresenta fontes nutricionais de vitamina B12, que deve ser obtida por meio de alimentos enriquecidos ou suplementos, prescritos por médico ou nutricionista.
Outros nutrientes que exigem atenção na prescrição do cardápio para o ovolactovegetariano são ferro, zinco, e ômega-3. Na dieta vegetariana estrita, além da vitamina B12, também deve se dar atenção ao cálcio.
De forma geral, a proteína não é fator de preocupação nessas dietas. O cuidado com a biodisponibilidade desses nutrientes deve se aplicar tanto à dieta vegetariana quanto à onívora.

Com o devido planejamento, realizado preferencialmente por um nutricionista especializado, as dietas vegetarianas são seguras, como qualquer dieta com ou sem carne. Portanto, dietas vegetarianas bem planejadas podem promover crescimento e desenvolvimento adequados em diferentes ciclos da vida, inclusive por atletas, na gestação, infância e terceira idade.


Fonte: Guia alimentar de dietas vegetarianas para adultos. Sociedade Brasileira Vegetariana (SVB), São Paulo. 2012

Karine Zortéa - CRN2 8022
Nutricionista do Instituto de Medicina Preventiva do Hospital Mãe de Deus
karine.personaldiet@gmail.com