domingo, 27 de novembro de 2011

Sono x Obesidade

Diversos estudos confirmam a associação entre a diminuição de horas de sono e aumento do risco de obesidade. Os distúrbios causados pela diminuição nos horários de sono podem influenciar o apetite, saciedade e, consequentemente, a ingestão alimentar, favorecendo o aumento da obesidade.

O sono é um importante modulador da função neuroendócrina e do metabolismo da glicose. A redução do tempo de dormir resulta em alterações como a diminuição da tolerância à glicose e da sensibilidade à insulina, desequilíbrio dos hormônios anorexígenos e orexígenos, com consequente aumento do apetite. 

Os estudos demonstram associação significativa entre o sono curto (<6 h por noite) e aumento de risco para obesidade. Existe um aumento de 6% na probabilidade de desenvolver obesidade nos indivíduos que tem duração do sono de menos de 7 horas por noite.

A grelina, um hormônio orexígeno (que promove a fome) está aumentado após a restrição de horas dormidas, enquanto que a leptina, um hormônio anorexígeno (que contribui para a percepção da saciedade), está diminuído. Além disso, a diminuição de horas de sono pode afetar o gasto energético corporal, pois a leptina, é um hormônio que aumenta o gasto energético e, portanto, mudanças nos níveis de leptina após a privação de sono afetam tanto a ingestão calórica quanto o gasto energético.

Segundo os autores destes estudos, dormir é um processo restaurativo do cérebro, importante para a saúde física e mental. A diminuição da duração do sono é bastante comum na sociedade e levanta preocupações sobre impacto negativo dos distúrbios do sono na saúde em geral.

Fonte: http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=646&categoria=11

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Anvisa proíbe aloe vera (babosa) em alimentos

"A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a venda, fabricação e importação de alimentos e bebidas à base de aloe vera (babosa), informando que não há comprovação de segurança de uso desses alimentos, além de apresentar substâncias que podem causar mutação nas células humanas."




 SEGURANÇA NO USO
      Atualmente não há produtos a base de Aloe vera aprovados na área de alimentos pela Anvisa, visto que as evidências científicas encaminhadas foram insuficientes para comprovar a segurança de uso. Ademais, observa-se ausência de estudos toxicológicos adequados, bem como falta de padronização ou especificação adequada do ingrediente. Apesar de haver histórico de consumo como fitoterápico, esse está limitado ao uso
tópico.

TOXICOLOGIA
       A toxicologia da Aloe vera ainda não foi sistematicamente estudada. Os estudos toxigenéticos são importantes na investigação de provável indução de danos genéticos. Sabe-se que tanto o antraceno como a antraquinona, compostos presentes na Aloe vera, são mutagênicos (agente físico, químico ou biológico que, em exposição às células, pode causar mutação) de acordo com o teste de Ames. Além disso, a Aloe vera apresenta produtos de biotransformação potencialmente tóxicos, assim não possuem efeitos somente imediatos e facilmente correlacionados com sua ingestão, mas também efeitos que se instalam em longo prazo e de forma assintomática, podendo levar a um quadro clínico severo, algumas vezes fatal.

Portanto, com o intuito de proteger e promover a saúde da população, os produtos contendo Aloe vera não devem ser comercializados no Brasil como alimento até que os requisitos legais que exigem a comprovação de sua segurança de uso sejam atendidos.



Fontes: 
http://www.nutritotal.com.br/diretrizes/?acao=bu&categoria=3&id=226
http://www.nutritotal.com.br/diretrizes/files/226--Informe_tecnico_Aloe_Vera.pdf

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Benefícios da uva e do vinho


Matéria publicada no Jornal Alto Petrópolis n°268, em setembro de 2011, sob minha autoria.



Há alguns anos foi descoberto que as uvas pretas e o vinho tinto contêm uma molécula denominada resveratrol. Desde então, diversos estudos têm sido realizados para avaliar os benefícios dessa substância na saúde.

Entre eles, destacam-se:

- redução da pressão arterial;
- efeito antioxidante e antiinflamatório;
- proteção contra doenças cardiovasculares;
- redução na proliferação de células cancerígenas;
- melhora dos níveis de colesterol e glicose;
- longevidade.

Como a quantidade de resveratrol varia de acordo com o tipo de vinho, as farmácias de manipulação já o têm comercializado como suplemento alimentar. Os cientistas norte-americanos garantem que é segura a ingestão de 50 a 100 mg/dia. Nos EUA há uma lei que limita em 350 mg/dia a ingestão como suplemento alimentar, porém no Brasil ainda não existe legislação específica para tal.

É importante lembrar que a descoberta do resveratrol ainda é recente e a maioria dos estudos foi realizada com animais. No entanto, os estudos com seres humanos têm demonstrado boa tolerância, ausência de efeitos colaterais e benefícios semelhantes aos encontrados em animais.

Ainda existem dúvidas em relação a:

- dose recomendada para suplementação;
- riscos da ingestão elevada;
- se o consumo de uva e/ou vinho é suficiente ou se é necessário suplementar através de cápsulas.

Além disso, deve-se ter cautela na ingestão de vinho, pois o consumo excessivo pode levar ao alcoolismo. Apesar das distintas recomendações existentes ainda permanece a resistência de algumas autoridades sanitárias, médicos e outros profissionais da saúde para dizerem que o vinho, quando ingerido regularmente e moderadamente com as refeições é benéfico para a saúde. O mais importante é saber que as virtudes terapêuticas do vinho só ocorrem se ele for ingerido regularmente, com moderação junto com as refeições e se não houver nenhuma contra-indicação a ingestão de bebidas alcoólicas.

 Nota: Um recente estudo publicado na revista Cell Metabolism demonstrou que a suplementação de cápsulas contendo resveratrol induziu alterações metabólicas em pacientes obesos, semelhante aos efeitos da restrição calórica. Este trabalho demonstrou, pela primeira vez, os efeitos benéficos do resveratrol em 30 dias de suplementação sobre o perfil metabólico de homens obesos. O resveratrol foi seguro e bem tolerado na concentração testada (150 mg/dia).